sábado, 14 de julho de 2012

"O FIM E O LEGADO"


"O Pensador" , de Auguste Rodim
     Afim de uma ampla reflexão acerca do Renascimento, é importante observar que o homem do fim da Idade Média estava no olho de um furacão . O mundo havia girado e um turbilhão de transformações sociais e culturais o fez criar uma maneira nova de se expressar: o Renascimento Cultural.
    Ao fim no Cinquecento, o mundo já era bem diferene do início do movimento. Impulsionado pelas grandes navegações, o Renascimento ganharia novos ares e formas fora dos limites da Itália, se expadindo por vários países da Europoa Ocidental como Holanda; Portugal e Espanha e, posteriormente, na inglaterra e na França.
     Mas graças as novas e significativas transformações sociais e religiosas, o Renascimento foi perdendo força. Era época da formação das monarquias absolutistas pela Europa e da Reforma Protestante. O homem do fim do Cinquecento não era mais o mesmo daquele do fim da Idade Média, e a arte, como é de sua natureza, evoluiria junto a este novo homem, dando início a novos questionamentos.

"Crucificação de São Pedro" por Caravaggio
     Percebemos assim, que independente do seu fim, o Renascimento deixa um legado muito rico para a história da humanidade. Artistas lembrados eternamente como gênios e obras inesquecíveis são apenas parte dele. O Renascimento influenciou - e influencia - tanto
socialmente, quanto cuturalmente desde então. Os estudos de anatomia construiram o padrão de beleza do corpo humano que se estende até hoje. Novas técnicas de representação do espaço conseguiram nos passar a ideia de um ambiente tridimensional, que muitas vezes engole o observador e o leva para dentro da cena. Além disso, técnicas de pintura e de desenho são utilizados coo básicas para a construção de uma obra coerente e bela.
     A partir desse período temos um artista completamente transformado que passa ter autoridade sobre o próprio trabalho, e constroi um estilo novo, independente. Após os renascentistas, ser artistas é ter a incumbência de repensar o mundo, expressando-o e redefinindo-o em forma de arte.        
"Nolli me tangere", Antonio Allegri da Correggio
     Desde então, parece que o mundo giraria cada vez mais rápido. Os estilos artísticos passam a se sobrepor rapidamente -e até coexistir -, mas sempre voltando a beber nas águas renascentistas, seja para tomá-las como  inspiração ou criticá-las e tranformá-las. Apesar de todos os avanços, tanto de tecnologia, quanto de reflexões para a contrução de uma realidade, o artista contemporâneo ainda se vê amarrado à estética ditada na época, que agrada a todas as sociedades graças a sua simples leitura, equilíbrio das formas e rapidez de comunicação. Não é à toa que suas obras mais conhecidas são sempre motivo de releituras e parte de novas composições, na tentativa de conseguir superá-las.
     Seu legado permanece no inconciente coletivo de nossa sociedade, influenciando decisivamente para a evolução dos estilos de arte, que viriam após ela.
     Novas escolas encaminhariam sempre em ações contínuas de ação e reação, cultura e contra culturas, sempre se apoiando, de alguma forma na tradição renascentista.
 
(É nóis Renascimento na Itália)
 Ana Barroso, Eliana Sanos, Everton Paixão, Flávia Sanctus, Nágella Almeida, Poliana Kirlia

Ideias baseada na pesquisa e texto de
 Luciana Inhan e Tiago Freitas. Renascimento: uma Europa renovada através das obras de Leonardo da Vinci, Michelangelo, Sandro Boticelli e Rafael Sanzio. Ed. Escala. São Paulo, 2008. (p.147-152)

Um comentário:

  1. Queridos. Muito ótima a abordagem de vcs sobre o legado do Renascimento, tanto do ponto de vista da criação artística (estilos), quanto do ponto de vista das técnicas (pragmático) e ainda do ponto de vista conceitual, a liberdade do artista, sua autonomia em relação á obra de arte. E o interessante deste assunto que vcs trazem é que o Renascimento é - assumidamente, incluisve pelo nome que traz - uma volta ao passado - em termos esteilísticos - mas um salto para o futuro em termos de pensamento. Isso se repetirá muito na História da Arte, como vcs mostraram muito bem. Muito bem construído o texto, claro e preciso, além de gostoso de acompanhar. Só uma dica: faltou comentar as obras que ilustram o texto. Sei que elas representam obras pós-renascentistas que de alguma forma dialogam com o Renascimento, mas fiquei esperando ler sobre esse diálogo e não vi nada. Vcs poderiam fazer um post continuação, ou comentar aqui mesmo, sobre cada uma das três obras. Drica

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