segunda-feira, 9 de julho de 2012

QUEM É A VÍTIMA, ENTÃO?


Quem é a VÍTIMA então?
 




Se for para surtar que seja de uma vez!
Boca de forno, forno!
Tirando o bolo, bolo!
Faça o que o mando? Faço!
Se não fizer?
Hum... o que acontecerá?

Não sei por que, mas, lembrei dessa brincadeirinha da minha infância...
A regra dessa brincadeira é obedecer... não se pode questionar!
Tudo que o mestre mandar tínhamos que fazer quem não fizesse se responsabilizaria pelos seus atos. Alguma relação com o barroco? Pode ser? Ainda mais, quando analisamos que o conhecimento é interdisciplinar.


“A experiência de ensinar deve passar pelo erotismo” (Rubens Alves).

Depois, de uma grande lavagem de roupa suja e de uma aula de orientação a respeito do blog, decidi começar fazendo relação da aula, com os fatos EMPÍRICOS que me são cabíveis nesse momento.  Muitas coisas foram discutidas em sala de aula. Ponto chave de todas as reclamações: medo de postar, de errar, de se arriscar, de experimentar o novo. Me pergunto nesse momento, o que é certo e errado nessa era da pós-contemporaneidade? Estamos mergulhados num pensamento complexo que advêm das grandes incertezas de vida, nem sabemos mais onde vamos parar e o que queremos ser. Afinal, o mundo é feito de perguntas e não de respostas. E que bom que seja assim! Trago nessas palavras que escrevo, aquilo que nós estudamos ,e que todos estão cansados de saber nas aulas que tivemos de psicologia da educação ( semestre passado): Precisamos urgente de uma nova educação poética, de uma educação que saiba ouvir e valorizar o próximo em seus variados contextos sócias, isso é puramente Vigotsky!
As contradições e incertezas da vida se perduram...

E quando o ser humano é valorizado, instigado e nada faz para mudar o sistema, alegando este que tem medo de errar?
Vivemos numa sociedade de máscaras então? Somos seres meramente contraditórios?
Só se aprende fazendo e muitas vezes esse aprendizado vem nas dores do parto, não é fácil, mas devemos sair dessa zona de conforto que muitas vezes é conveniente para todos. Precisamos romper as barreiras do comodismo, sair do silêncio que nos atola.
Onde está o barroco nessa situação?
Está na própria demagogia da sociedade que proclama algo e vive outra?
Aprendemos que a corrupção é normal, nós somos educados pelas nossas famílias que furar fila é normal, que ficar com a borrachinha do coleguinha é normal, que levar vantagem em cima do direito do outro é normal. Cadê a nossa sensibilidade? Estamos isolados das questões desse mundo complexo? Onde me situo como futuro professor de artes? Por que o sistema está do jeito que ta? A resposta é simples, porque não fazemos nada para mudar a situação. Cada tempo perdido, cada momento negligenciado por nós, faz com que surja a todo instante uma grande massa de corruptos que estão no poder. Está tudo muito lindo, está tudo muito bom, mas, cadê a prática que é o elemento primordial para a transformação de uma sociedade? Um conhecimento sem prática é morto, não vale de nada.
 A ausência de conhecimento nos coloca o tempo todo numa situação de alienação, de medo, de regressão. Quando iremos de fato nos desafiar e aproveitar o novo?
O novo de aprender, de compartilhar, de viver pelo prazer que é possível dentro de educação democrática, na qual, todos constroem sua própria história.
Todos são convidados a fazerem sua história, porque se você não fizer, quem fará por você?

Por que ninguém detém o poder do conhecimento! (FUTURA)

Pergunto de novo! Onde está o barroco?
Reflitam essa música




                                                           SÓ DE SACANAGEM






Meu coração está aos pulos! 

Quantas vezes minha esperança será posta à prova? 


Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais. 



Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova? 



Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais? 



É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz. 



Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filha". Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar. 



Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar. 



Só de sacanagem! Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba" e vou dizer: "Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau." 



Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal". Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal. Eu repito, ouviram? Imortal! Sei que não dá para mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!


Se o barroco representa contradição, onde estão as contradições que nós temos dentro do ambiente acadêmico, ou melhor, dentro da universidade (UESB)?
Considera que as contradições entre a prática e a teoria nos colocam no Barroco?
Quais as contradições que vivemos no momento no curso de Artes Cênicas da UESB enquanto artistas que refletem seu próprio ver perante as concepções de mundo? De que forma isso interfere no nosso pensamento artístico/intelectual?

Contradições podem também se tranformar em problematizações... há, me esqueci! Sou conhecido na turma como problematizador! Kkkk. Então, fica aí algumas problematizações, espero que gostem.

(Everton Santos Paixão)

9 comentários:

  1. A música é de Elisa Lucinda, esqueci de postar, mas, antes que alguém me cobre, ou até mesmo a professora, adiantei o processo.Gente, aguardo comentários da minha postagem. A interatividade me fará feliz. comentem, usem e abusem da criatividade/ reflexiva. Agora saindo, pois,estou cansado!
    (EVERTON PAIXÃO)

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  2. Que lindo!!!
    Nada que uma boa Mijada da professora não faça né?

    Então, estava eu aqui maquinando a cabeça com esse post, antes de qualquer coisa, eu deixo uma pergunta pra você Everton, visto que fiquei um pouco confuso. Quando você diz que BARROCO é CONTRADIÇÃO, discorra um pouco mais sobre, acho que tá muito aberto, visto que este período é bem extenso e repleto de ramificações em diversos quesitos...

    Mas então...
    esse seu post rende uma dezena de discussões, em torno da sociedade, de como esse sistema voraz, cruel, opressor vige...
    cabe a nós, cidadãos mostrar para outras pessoas os diversos problemas que nós mesmos causamos, aí então "veremos o quão importante é trazer para a mente humana a revolução radical. Essa crise é uma crise na consciência. Uma crise que não pode mais aceitar as velhas normas, os velhos padrões, as antigas tradições. E, considerando o que o mundo é hoje, com toda a miséria, conflito, brutalidade destrutiva, agressão, e assim por diante... O homem ainda é o mesmo de antes. Ainda é bruto, violento, agressivo, acumulador, competitivo. Ele construiu uma sociedade nestes termos”. (Projeto Zeigtesi)

    Queria discorrer um pouco mais aqui, fazendo link com o Barroco, quer dizer, com a transição desses estilos, que, ao meu ver é o foco aqui, o que é que o Barroco propõe? como é que se dá? e porque se dá? Nada vem do nada né? Nossa grande mudança estar por vi! (é nisso que acredito!)

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  3. então, meninos fofos. Vamos por partes, como diria jack (o estripador). Matheus, eu acho que o que Santos Paixão (esse menino barroco) está querendo dizer em termos de contradição do barroco é justamente essa não compreensão do espaço e do tempo em que está. O Barroco acontece como uma pequena crise do Renascimento, muito por conta da contra-reforma. no auge do pensamento antropocêntrico, criador e libertador a Igreja católica, em resposta à Reforma Protestante, passa a radicalizar seus meios e isso de alguma forma surte algum efeito. O barroco, é então, esse homem dividido, confuso, contraditório. Estamos numa transição de século, mais do que isso, numa transição de milênio. estudamos tanto e tão afundo a história que acabou que a linha histórica chegou até nós e a gente vive e sistematiza ao mesmo tempo. O que acontece? A gente tem um discurso que é racional e uma prática que é baseada na vida, no aqui e agora. A gente fala do outro sem saber que não há o outro, que o outro sou eu. O outro corrupto, o outro covarde, o outro intransigente. porque a gente se sente historiador do tempo que não passou, do tempo onde estamos. Esta pra mim é uma das crises da contemporaneidade, nosso modo de ser barroco. A diferença, eu acho, é que o barroco tinha consciência de sua contradição, de sua dúvida. O homem contemporâneo, não. Ele acredita em tudo o que diz e não é capaz de ver tudo o que faz. fala do outro como se não fosse igualzinho. Bom, mas isso foi pra responder a matheus. Quero agradecer, muito, Santos Paixão (eu adorei isso) pela reação, pela coragem, pela generosidade, pela dedicação. Fico extremamente feliz quando os resultados aparecem, discretos ou escandalosos. Sinto-me feliz em fazer parte dessa tentativa de inventar o novo o botar ele pra andar. Espero que o efeito seja em cascata e que toda a turma enlouqueça, pire na batatinha e com toda a liberdade FAÇA TUDO QUE SUA MESTRA MANDAR! PS. Adorei demais a foto da criação de davi, mas eu vou deixar pra refletir sobre ela amanhã, que eu tb tô morta. Bjos. Drica

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  4. Faltaram tb os créditos do quadro da primeira ilustração. hahahaha, achou que eu não ia achar nenhum defeito,né?

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  5. Nada melhor do que está criando um solo coreográfico de dança contemporânea e da vontade de postar e em um momento de inspiração ver um post desse (risos.)CONTRADIÇÃO, que palavra perfeita para explicar o Barroco! o que é belo? o que é feio? repetindo o que eu disse na sala: ''Cada cabeça,um mundo.'' a música que eu estou coreografando se chama:
    ''Machine Gun- Portishead'' vou escrever a tradução dela aqui :

    Eu vi um salvador, o salvador vem em minha direção
    Eu pensei que o veria na fria luz do dia
    Mas agora eu percebo que sou o único pra mim

    Se eu pudesse vê-lo voltar-me a mim
    E reconhecer o veneno em meu coração
    Não há outro lugar, ninguém mais que eu possa encarar
    O remédio curará como eu me sinto

    Aqui estou à frente, o que mais eu posso dizer?
    Por eu me sentir culpado pela voz que eu obedeci
    Tive medo demais pra eu sacrificar a escolha que eu fiz

    Se eu pudesse vê-lo voltar-me a mim
    R reconhecer o veneno em meu coração
    Não há outro lugar, ninguém mais que eu possa encarar
    Um remédio pra curar como eu me sinto

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  6. Vivemos numa crise de existência, numa crise da razão. Questões como de gênero, religiosas,sociais, políticas/culturais interferem no campo do pensamento artístico/intelectual do homem. Será que o renascimento volta com força total?
    Até que ponto nos deixamos ser aprisionados pelas correntes do barroco? Por que há tanto medo em nós estudantes de artes em conhecer e experimentar o novo? Talvez seja um medo de mudar o pensamento, uma vez que, nós sabemos que o conhecimento é necessário, pois, fazemos parte desse sistema e não há como negligenciá-lo. Que os deuses do teatro me respondam essa pergunta!
    Sabemos então que há inúmeras banalizações no campo da artes cênicas, esta que é reprimida por pessoas que se dizem respeitar a democracia, ou seja, as diferenças, em vistas as diversidades humanas. Há também, quem diga que as questões de gênero nunca esteve tão inserida nas artes como um todo. Será então, uma questão de realização pessoal? Por que somos tão mal vistos dentro do ambiente acadêmico(UESB)? O que as pessoas entendem por arte na comunidade de Jequié? Pelo visto, há inúmeras contradições tanto no pensamento, quanto nas ações humanas, muitos acabam se despojando num comodismo que os impedem de transgredir as barreiras do campo intelectual. Para que estudar gente se eu tenho talento? Eu sei atuar, dançar, enfim. E assim as coisas vão indo do jeito que estão, sem mudança,sem reflexão. Convoco minha colega e parceira, ANA, venha se manifestar nessa conversa! Nesse momento, quanto livros que tenho em casa peguei para ler,refletir? Aposto que estão nos baús empoeirados, cheios de traças! kkkkkkkkkkkk.Pra que evoluir e pensar se a televisão já representa um salto evolutivo do homem? Que as inovações, mudanças tecnológicas fiquem pros cientistas, por que eu me intitulo apenas estudante, e que estudante!
    E mais um vez lá vem a contradição de novo!Ô "especiezinha" difícil é o homem contemporâneo. Me socorre Edgar Morin, me salve Piaget, como queria estar cego, envolto num grande mar de leite, como afirma: Saramago. Seria tão mais confortável para mim, mas não consigo, nas minhas veias correm sangue, loucura, pelo que faço, pelo que gosto( Arte). Um gosto de não apenas dançar, mas de revolucionar o mundo.Posso até não conseguir, posso fracassar. Se for assim, as coisas não teriam sentido.
    Pronto, Tainan Galdino! Espero ter compartilhado contigo as minhas frustrações, enquanto artista/pesquisador/educador de artes. Beijos, entrem na conversa gente!
    ( EVERTON SANTOS PAIXÃO)

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  7. nesta hora eu chego, everton. Vou pra casa, por que a uesb vai fechar. amanhã apareço pra uma conversa. abraço!

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    1. Quem é vc? Aguardo uma identificação.

      EVERTON PAIXÃO

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